Leticia Mendonça

Só consegui chegar ao processo após um ano e meio de terapia com o Fausto, um dos monitores do processo. Chegamos à conclusão de que algumas questões minhas precisavam ser tratadas em um ambiente de grupo e de forma mais aprofundada. Tive medo a princípio e desisti de fazer da primeira vez, mas dentro de mim sabia que tinha de mudar e precisava de coragem. Acho que fiz o processo no momento certo para mim, sem esperar o momento perfeito, porque este não existe. Tinha medo de atravessar dores da alma e tinha medo até de descobrir que todos os meus “monstros” não eram tão sérios assim. O primeiro passo é o mais difícil e, uma vez vivido o processo, posso dizer que pude aprender a lidar com sentimentos de raiva, medo, dor, assim como de alegria e afeto, de forma muito mais construtiva, plena e real. O processo é uma caminhada, guiada com amor, profissionalismo e companheirismo, em direção às suas carências mais básicas e mais fortes, as quais acabam influenciando para o bem e para o mal (o seu mal) a sua vida adulta. Não é um milagre, pois você mais recebe quanto mais consegue se expor e despir-se, enfrentando o medo de ser “descoberta”. Sou uma pessoa muito mais realizada, mais mulher, feliz e mais apoderada da minha própria vida, porque fiz o processo. O processo me fez um ser humano melhor e agradeço a Fausto, Joana e meus companheiros de processo por esse gesto de amor e força.

Contato: leticia.mendonca@mda.gov.br