Depoimentos

Amelia Gonçalvez

Minha filha desde pequena não me abraçava, dizia que eu não dava amor para ela, não me respeitava como mãe, não pedia e nem aceitava quando eu a abençoava, não respeitava meus limites,tipos minhas bijouterias,dinheiro,vasilhas da cozinha pegava ate para emprestar para amigas que depois não voltava. Fiz a constelação no sábado e na segunda feira ela, ao vir aqui em casa, e ao abrir o portão me beijou, pediu benção sem eu falar nada.

Contato reiki.amelia@gmail.com

Leticia Mendonça

A minha experiência com o trabalho de constelação familiar é muito positiva e rica. Creio que é uma ferramenta que precisa ser vivida para ser compreendida e que nos coloca, de forma sistêmica e ampla, os vários ângulos dos problemas, das soluções e, especialmente, dos vínculos de amor, em busca dos quais criamos prisões ao longo das gerações.
A primeira vez em que fui para uma constelação, temi que fosse algo excessivamente místico, o que não é. A constelação é um trabalho que traz muito da psicologia (em suas diversas correntes), assim como da espiritualidade (sem qualquer dogmatismo ou crença específica). O mais interessante da constelação familiar é que ninguém tentará lhe convencer de nada; você viverá a sua história, quer diretamente quer através da história dos outros, e com base nessa vivência poderá compreender mais sem precisar de tradutores.

Contato leticia.mendonca@mda.gov.br

Walter Wiedemann

Algumas observações sobre as minhas vivências com a Constelação Familiar/Terapia Sistêmica Participei de encontros de Constelação Familiar, todos em Brasília, com diversos terapeutas, cada um trazendo sua contribuição pessoal dentro dos fundamentos da escola de formadores fundada por Bert Hellinger. Os terapeutas, facilitadores ou curadores que mais conduziram sessões de Constelação Familiar das quais participei foram a Joana e o Fausto. Trabalham em parceria, cada um conduzindo a dinâmica relativa à questão trazida para ser constelada, na mais absoluta responsabilidade pessoal em dar solução ao conflito contido no tema em questão ali representado. As vivências com a terapia sistêmica tiveram uma importância decisiva na reconfiguração e ressignificação das matrizes geradores do meu imaginário emocional, na busca em melhor me perceber, conhecer e compreender como me projeto na vida como ser humano, individual e coletivamente. Nas diversas sessões de que participei, alteraram-se momentos como público assistente, representante ou portador de um tema gerador de conflito na minha vida, buscando uma nova resolução. Temas como o trabalho, família de origem, a família que constituí, filhos, relacionamentos afetivos, conflitos com a autoridade, pai, mãe, tratados direta e indiretamente, sob a luz da terapia sistêmica, operaram e continuam operando, mesmo já tendo passado um bom tempo desde que alguns dos temas foram cuidados, uma permanente transformação em mim e nas minhas relações interpessoais. Algumas vezes o efeito se deu num prazo bem curto, no sentido de perceber uma mudança no fluxo dos fatos que animavam a rede de conflitos em que me via envolvido. Outras vezes, as mudanças se fizeram sentir passado mais de um ano até que a configuração aproximada obtida na constelação se fazia valer na vida. De um modo ou de outro, sempre foram bem perceptíveis as mudanças produzidas, trazendo-me uma consciência mais profunda e abrangente da minha inserção em toda a rede vital que nos envolve, dando-me mais elementos para elaborar uma solução para os novos conflitos que emergem no curso da minha vida.

Contato walter.wiedemannn@gmail.com

Maria Creusa Mota

“Participei de Constelações como observadora, participante e constelada e posso afirmar que a experiência é muito profunda e positiva. A Constelação é uma ferramenta terapêutica eficaz porque nos permite compreender nosso conflito de forma sistêmica e ampla, possibilitando um olhar de fora e imparcial. Isso produz uma maior consciência de nossas atuações e das atuações dos diversos atores do nosso contexto familiar e social. Como observadora pude me identificar com conflitos semelhantes aos meus, o que provocou reflexões positivas sobre meu modo de atuar nas relações interpessoais. A experiência como participante possibilitou-me sentir do “lugar do outro”, ampliando minha compaixão pelos meus semelhantes e por fim, como constelada, pude ressignificar conflitos familiares que, por serem sistêmicos e geracionais não poderiam ser acessados por outra abordagem terapêutica.”

Contato creusamota@gmail.com

Alzimar Ramalho

Várias situações concretas, que estavam suspensas há mais de um ano, se desenrolaram nos primeiros sete dias após a constelação: 1) Um apto. em São Paulo que estava na Justiça para desocupação da inquilina há mais de 3 anos finalmente foi liberado para meu uso, e está para ser novamente alugado. 2) A publicação de um livro de minha autoria, há mais de um ano em negociação, está sendo finalmente concretizada 3) Recebi propostas de trabalho em Brasília para o próximo ano, em condições melhores que este ano 4) Foi aberta uma possibilidade de trabalho envolvendo uma empresa estrangeira que, apesar de não acreditar que seja imediata, pode vir a ser um marco na minha atividade profissional, com o envolvimento de pessoas expoentes na minha área de atuação. Quanto às questões familiares propriamente ditas, percebi imediatamente um sentimento de “dor” menor por parte dos meus pais pelo fato de eu estar morando longe e não podendo visitá-los na mesma frequencia de quando morava em São Paulo. Antes eles até choravam no telefone, de saudade, o que me fazia sentir certa “culpa” por fazê-los sofrer; mas já no outro dia da constelação o tom era outro: de saudade sim, mas compreendendo que se estava bom para mim aqui, para eles estava também. Isso me aliviou bastante. Bom, acho que por enquanto foram essas as primeiras percepções. Um abraço e obrigada pela oportunidade, Alzimar

Contato alzimar@usp.br

Walter Wiedemann

Depoimento – emocional e reflexivo – sobre minha Constelação Sistêmica/Familiar realizada em Brasília em 18 de Dezembro de 2010. Constelado: Walter Wiedemann Consteladores: Fausto Faria & Joana di Paoli. Condução: Joana di Paoli. Por Amor e para que este relato possa eventualmente mitigar o inesgotável sofrimento dos inumeráveis Seres, entrego este depoimento aos meus amados amigos e compassivos curadores, Fausto e Joana, para que dele disponham e se sintam desde logo livres para dar-lhe uso como melhor lhes aprouver. A questão trazida era relativa a relacionamento(s). Um casamento de aprox. 10 anos e que terminara a oito ainda causava-me transtornos psicoemocionais. As minhas projeções colocavam-me num pedestal de convicções da impossibilidade de toda e qualquer retomada da relação agora e em qualquer tempo futuro; jamais voltando a conter conotações afetivas íntimas. Mas não queria excluir a parceira de tantos anos partilhados conjuntamente da totalidade da minha vida. O que para mim de todo jeito é impensável, pois creio que nos meus registros d’Alma todo o pensar, sentir, falar e atuar no viver tem seu lugar e pulsa na Totalidade do Ser. Sigo querendo crer no belo dizer do Osho que o mais sublime amor é o amor amigo… O que não dava certo na minha acabada projeção é que a ex-parceira tinha seus próprios modos de lidar com a separação. Via-me muitas das vezes nos anos que se seguiram após a separação, envolvido nas minhas ações na vida – financeira, afetiva, na convivência e no desenvolvimento familiar, na caminhada espiritual – por um sentimento construído sobre provas “cabais”, sobre tudo sensitivas e disse-me-disses, de uma contínua ameaça vinda da antiga companheira. Algo nefasto pairava e agia na Terra e no Céu, a nível pessoal e familiar, procurando obstaculizar e inibir minha “livre” caminhada. Lidava com as chamadas forças do olho gordo, da inveja, do ciúme. Do apego. Diz-se que não tem trabalho espiritual que as desfaça. Talvez não no manejo do simbólico no concreto, mas creio que com a ressignificação amorosa dos conteúdos que alguns símbolos carregam se possa inibir ou mitigar esta projeção indesejada. Permanece o voluntário arbítrio do emissor, ou da emissora, na manutenção de tais sentimentos. Permanece o arbítrio do receptor, ou da receptora de ficar enganchado nesta frequência nos canais de contato. Claro, se um dos envolvidos se “blinda” no auto centramento, dá as costas e se afasta totalmente de tal campo, o outro se consome no seu intento e este foco de desarmonia pode desvanecer. Mas em mim campeava a paranóia. Eu me dizia: É. É doença. Estou enlaçado na neura. Esta doença, caracterizada por convivências marcadas por lutas de poder, de vencedor e vencido, pouco diálogo conectado e muita disputa psicológica-emocional e medo espraiava-se amplamente ao longo de todos os relacionamentos afetivos que vivenciara até então. Mas esta consciência não estava tão firme e clarificada em mim à época da Constelação. Apenas uma dolorosa e sofrida suspeita. Dolorosa, pois eu reproduzia na outra minha confusão e frustração, e sofrida, pois meu ego rebatia com orgulho qualquer sentimento de compaixão pela miséria humana que eu mesmo nutria e explorava. Ainda queria ter a razão da minha verdade nisto e a outra evidentemente a perda da razão de sua legitimidade. Quando pedi para que se constelasse “minha causa”, ainda queria a verdade recheada com minhas mentiras auto fidelizadas, queria uma arena de denúncias para as “pirações” da outra, em detrimento das minhas próprias. Queria esconder-me num manto de justiça e expor a outra desnudada de suas máscaras de boazinha e revelar-se nas suas insuficiências e culpabilidades. Desse desnudamento e desmascaramentos precisava eu. Mas resistia em assumir isto. Medo! … Do ridículo doloroso de reconhecer-me coartífice e ator protagonista no conflito. De assumir minhas ‘bolas’ e tocar minha vida adiante 100% auto responsabilizado. Assim até à hora de apresentar-me ao grupo e contar o caso, expectava de forma subliminar ratificar esta tragédia, e não retificá-la. Quando iniciei o relato surgiu na minha frente emocional um abismo de insegurança em relação a toda minha verdade interior. Comecei a perder a coerência e objetividade da minha apresentação. Procurava compensar a fragilidade acrescentando à minha voz uma ênfase nas convicções. Minhas cordas emocionais se retesavam e potencializavam uma subida de alguns graus na temperatura interior. Tentei envolver a Facilitadora-Condutora alegando ser desnecessário esmiuçar toda a novela; a Condutora que me perguntasse do que necessitava saber para obter os elementos precisos a Constelação. Eu tentava escapar das minhas responsabilidades. Consegui esboçar uma frase, de modo abrupto e autoritário, de que queria resolver neste caso exemplar, de uma vez por todas, minhas recorrências neuróticas nos relacionamentos… Intimamente construí a cena de solução em que ambos nos retirávamos em direções opostas do salão ganhando o infinito. Ela desmascarada e eu entronado no vitorioso… Ainda estava preso à armadilha embutida nas minhas expectativas em realizar o meu desenho e assim, exercer um controle dominante sobre a situação. A Facilitadora pediu-me que escolhesse dois representantes entre os participantes da Assistência. Convidasse um para me representar e outra para ela e os empoderasse nominalmente em seus papeis e colocasse a cena no seu ponto de partida. Coloquei os representantes acordados em posição frontal, estabelecia as condições para o confronto. Ao ser pedida a expressão do que se passava pelos seus sentimentos ao meu representante, este manifestava com uma fidelidade impressionante meus sentimentos – os assumidos abertamente e os ocultados. Fazia declarações chorosas e infantilizadas de amor mescladas com pusilânimes falas ratificando o fim da relação. Na assistência, sentia-me exposto e desconfortável. Uma irritação ia crescendo dentro de mim na medida em que a cena mantinha meu representante na berlinda e com isto as minhas fragilidades. Procurava me compensar pensando na minha vingança que se realizaria quando chegasse vez de dar vida à fala da representante escolhida para a ex-parceira. Nas internas atuava a minha neurose. Não estava verdadeiramente aberto e receptivo ao fluxo que seguia para a resolução no nível da Totalidade. Acontece que na condução da Constelação a representante da ex pouco era solicitada a se manifestar. Nas poucas vezes que foi solicitada a fazê-lo, corroborou as declarações de amor, expressava concordância com a separação e lançara-se nos braços do meu representante. Mas sua presença global denotava forte empatia com a pessoa representada – minha antiga companheira. Para mim, na assistência, parecia-me que a representante transbordava de possibilidades de falas que denunciariam “os podres” da representada. Mas o foco permanecia no meu representante. Necessariamente precisava ser assim. Hoje compreendo com clareza isto. Não era desta forma no momento cênico. Ainda não queria ver minha própria miséria. Não queria assumi-la plenamente. Ainda não compreendia “que a outra é a outra por ser a outra, e que eu sou eu por ser eu”. Queria continuar a crer que eu era assim por ela ser assim. Ainda atuava projetivamente. Finalmente foi solicitado ao representante que se movesse conforme sentisse a necessidade para tal. Ele deu as costas a ela que o seguia com olhar, e se dirigiu para fora da cena. Tudo parecia tão claro que a Facilitadora dispensou a tradicional substituição do meu representante por mim mesmo e deu a Constelação por terminada neste momento. Perguntou-me se estava bem assim. Eu estava perplexo. Eu queria gritar e dizer um sonoro não! Fiquei com ele entalado. Ia soltando a minha volta a insatisfação com o rumo que os acontecimentos encenados haviam tomado e uma raiva repleta de frustrações me totalizou. Não segurei a onda e demonstrei vigorosa e contundentemente minha frustração. Chegava a querer desacreditar da sapiência intuitiva da Facilitadora na condução da questão. Desencadeei um clima constrangedor de agressividade. Minha máscara de bonzinho caiu e o meu manipulador raivoso se manifestou. De modo pouco amistoso deixei os convivas e os Facilitadores e fui-me embora explodindo de raiva pela tampa. Mas havia um fio de luz que poderia trazer-me a compreensão que de fato minhas esperanças em dar cabo às neuroses nas minhas relações não eram infundadas. Através do meu representante eu dava internamente os primeiros passos para fora do circuito vicioso das relações de co-dependência. Na medida em que o tempo passa este fio de luz se transforma num feixe de consciência ampliada e vou-me auto-responsabilizando completamente pelo meu passado, presente e por vir, uma nova energia libertadora e mais saudável passa a pulsar nas minhas coronárias psicoemocionais. Passados quatro meses da Constelação da minha consciência relacional viva, vou ganhando melhor adequação afetiva. Uma nova e mais madura estatura interior vai se auto apreendendo. Novos contornos de compreensão vão de ampliando a cada dia, trazendo-me continuadamente maior discernimento dos padrões egoístas e destrutivos que eventualmente ainda possa carrear aos relacionamentos afetivos pessoais e no geral. Reconheço hoje, que a questão por mim trazida foi corretamente tratada pelos Facilitadores produzindo um aprofundamento da cura que tanto almejava. Os efeitos ainda se ampliam e se processam no sentido da liberação destes padrões pernósticos a cada dia que passa. Vai-se, aos poucos, mas com firmeza, a frustração pela não ocorrência do que ainda crio de expectativas e vai se instalando um fluxo vital mais aberto, criativo e espontâneo. Sinto-me profundamente grato pelo trabalho realizado. Gratidão aos pioneiros fundadores deste Sistema de cura, à dupla de terapeutas Consteladores, a Condutora, aos inspirados representantes M & T e às amigas e amigos da Assistência. Peço aos meus amigos e irmãos de caminhada, curadores de e da verdade, Fausto e Joana – neste caso especialmente a Joana, que me perdoem pela estupidez e pouca sensibilidade por mim manifestada á ocasião da nossa benfazeja Constelação. Espinhos da roseira. Traços de Amor no perfume. Walter Wiedemann Brasília, 24 de Abril de 2011 – Domingo de Páscoa.

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Asmi Azelma Rodrigues

Depoimento da Asmi feito ao Correio Brasiliense
Envolvo-me em terapia alternativa desde quando eram técnicas olhadas com o nariz torcido, há mais de 20 anos. Ouvi falar sobre constelação dois anos atrás e me interessei justamente por ser inovador. Surpreendi-me com a forma simples, que a primeira vista parece que não vai dar em nada. O mágico para mim foi surgirem personagens que estavam ocultos, que eu desconhecia a existência e seus papéis na minha própria história, surgidos a partir das sensações e dos sentimentos que os meus representados apresentaram na sessão. Eu mesma representei a mãe morta de um rapaz que lhe revelou na terapia que era estrangeira. Ele mesmo sempre pensou que era brasileira, porque ela jamais contou sua origem.
É sempre dolorido ver sua família expondo coisas tão íntimas a estranhos, mas minha experiência com esse trabalho e de quem eu tenho assistido têm sido muito gratificantes pelos resultados de reconexão, digamos assim, de elos e amores rompidos. Consegui aceitar e abrir meu coração por meu pai que me abandonou quando eu tinha 10 meses, a quem eu não conseguia encarar ao reencontrar mais de 40 anos depois. Hoje temos uma relação de grandes amigos.
Vi uma moça que constelava buscando afastar o ex marido que a perseguia, ser surpreendida com o imenso abandono que ele sentia do pai. Ela saiu da sessão com uma grande compaixão e amor pelo seu perseguidor. Assistir a constelações familiares tem me levado a sentir como todos nós somos parecidos, praticamente passamos pelos mesmos sofrimentos e felicidades. Só mudam as formas, os lugares e os lares.
Azelma Rodrigues

Contatoasmiazelma@gmail.com

Frederico Barcelos

O trabalho de constelação é uma das maneiras mais interessantes de ampliar a consciência de nossa situação familiar e social, identificar os problemas que ela nos gera e encaminhar as soluções. Tem-se a oportunidade única de enxergar a situação sob um ponto de vista externo, o que ajuda enormemente na compreensão do comportamento dos demais envolvidos e na flexibilização de nossas opiniões e sentimentos. Ao longo do trabalho, a experiência dos terapeutas identifica com maestria as questões a serem trabalhadas e induz a dramatização tanto dos problemas como das soluções. E a dinâmica de grupo o faz “reviver” as situações com um impacto insubstituível, tanto na consciência do paciente como na consciência coletiva da família. Mas, além de tudo isso, há algo indescritível e inexplicável nesse trabalho que só pode ser percebido pelos que o presenciam.

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Rosana Gonzaga

Desde tenra infância introjetei que um dia eu iria ter MUITO DINHEIRO, MUITO DINHEIRO MESMO, com a possibilidade de OFERTAR A MINHA MÃE O QUANTO FOSSE NECESSÁRIO PARA VÊ-LA, ENFIM, FELIZ. Atribui essa vontade infantil ao fato de ouvir queixas diárias da minha genitora: “Estamos sem dinheiro, estamos endividados… Agora não vai dar para comprar, sair, viajar… não temos o suficiente”. Ouvia minha mãe dizer que não tinha dinheiro por causa dos outros e não por sua causa… que sempre tinha que ajudar um ou outro e por isso não sobrava para fazer os investimentos que almejava. Na face da minha mãe a marca da frustração, insatisfação e tristeza. Com esse histórico agreguei valores como: FALTA DE DINHEIRO = frustração, insatisfação, tristeza e sacrificar-se no trabalho; enquanto TER DINHEIRO = realização, satisfação, alegria de viver e prazer no trabalho.

Diante do relato acima, constelei para investigar a minha frustração, insatisfação e tristeza no TRABALHO, logo a FALTA DE DINHEIRO. Queria saber a razão dessa vontade de GANHAR TANTO DINHEIRO, desde criança.

Antes de iniciar a minha constelação, lembrei-me da minha tataravó que tinha sido banida pelo seu pai. Ela pertencia a uma nobre família, era rica, branca e tinha olhos azuis; enquanto o rapaz apaixonado por sua filha era seu serviçal naquela época e havia realizado, durante um ano, em sua residência um trabalho de carpintaria, ele era pobre e negro. Resultado: ambos fugiram, mudaram de cidade e ela nunca mais viu seus familiares. Após o banimento minha tataravó passou por dificuldades, levou uma vida simples em relação a que vivia anteriormente, carregou em silêncio o ressentimento, a raiva, a dor, o peso da rejeição eterna, o peso de ter sido banida.

No fim da minha constelação percebi que por amor a minha tataravó carregava o inexplicável – UM SENTIMENTO DE DOR, INADEQUAÇÃO, REJEIÇÃO. Com o passar dos dias fechei a gestalt a despeito da minha vontade incomensurável de ter MUITO DINHEIRO. Percebi que por detrás desta BUSCA DO TESOURO PERDIDO morava a dor do banimento da minha tataravó, a minha atitude infantil foi iluminada pela tomada de consciência. Percebi que eu agia inconscientemente em BUSCA DO TESOURO PERDIDO como forma de suprir a DOR DO BANIMENTO da minha tataravó, o que me trazia frustração, insatisfação, tristeza, UM SOFRIMENTO NA ALMA.

Verifiquei que a minha VERDADEIRA busca não é MATERIAL – TER MUITO DINHEIRO para me sentir ACEITA e sim uma busca ESPIRITUAL – PAZ INTERIOR; FAZER O BEM A MIM MESMA E FAZER O MESMO BEM A OUTREM, de forma SERENA.

Data: 13/11/2011
Local: Chapada dos Guimarães – MT
Terapeutas: Joana & Fausto

Contatorosanag@mpdft.gov.br

Julia Tania

Constelação Familiar tem essa capacidade de trazer à tona causas de problemas, que o nosso senso comum não acessa e desconhece. Sem esse conhecimento ficamos vivendo essas dificuldades, repetindo padrões, presos a situações até então inexplicáveis e sofrendo sem encontrar saídas. Esse último trabalho me trouxe à consciência dois aspectos do meu sistema familiar, que com certeza, influenciavam o fluxo da minha vida. Ver a possibilidade da cura da repercussão de uma tragédia que atingiu minha família paterna, me trouxe alívio e grande emoção, pelo reconhecimento dos envolvidos e sua provável conciliação. No que se refere à minha meia irmã, me trouxe a consciência da absurda separação que vivemos ( o que me levou a buscar contato com ela no plano real) e do meu padrão de dificuldade financeira estabelecido na tentativa de reparar falhas de outrem (meu pai) e resgatá-la para o seio familiar. Através de conhecidos comuns estou tentando encontrar o seu paradeiro a fim de consolidar e reconhecer nossa ligação. Obrigada Joana e Fausto por me possibilitar esta experiência reconciliadora com minha origem e minha família e viver minha vida como mereço. Julia Tania – Marga

Contato julia_tania@yahoo.com.br