Rosana Gonzaga

Desde tenra infância introjetei que um dia eu iria ter MUITO DINHEIRO, MUITO DINHEIRO MESMO, com a possibilidade de OFERTAR A MINHA MÃE O QUANTO FOSSE NECESSÁRIO PARA VÊ-LA, ENFIM, FELIZ. Atribui essa vontade infantil ao fato de ouvir queixas diárias da minha genitora: “Estamos sem dinheiro, estamos endividados… Agora não vai dar para comprar, sair, viajar… não temos o suficiente”. Ouvia minha mãe dizer que não tinha dinheiro por causa dos outros e não por sua causa… que sempre tinha que ajudar um ou outro e por isso não sobrava para fazer os investimentos que almejava. Na face da minha mãe a marca da frustração, insatisfação e tristeza. Com esse histórico agreguei valores como: FALTA DE DINHEIRO = frustração, insatisfação, tristeza e sacrificar-se no trabalho; enquanto TER DINHEIRO = realização, satisfação, alegria de viver e prazer no trabalho.

Diante do relato acima, constelei para investigar a minha frustração, insatisfação e tristeza no TRABALHO, logo a FALTA DE DINHEIRO. Queria saber a razão dessa vontade de GANHAR TANTO DINHEIRO, desde criança.

Antes de iniciar a minha constelação, lembrei-me da minha tataravó que tinha sido banida pelo seu pai. Ela pertencia a uma nobre família, era rica, branca e tinha olhos azuis; enquanto o rapaz apaixonado por sua filha era seu serviçal naquela época e havia realizado, durante um ano, em sua residência um trabalho de carpintaria, ele era pobre e negro. Resultado: ambos fugiram, mudaram de cidade e ela nunca mais viu seus familiares. Após o banimento minha tataravó passou por dificuldades, levou uma vida simples em relação a que vivia anteriormente, carregou em silêncio o ressentimento, a raiva, a dor, o peso da rejeição eterna, o peso de ter sido banida.

No fim da minha constelação percebi que por amor a minha tataravó carregava o inexplicável – UM SENTIMENTO DE DOR, INADEQUAÇÃO, REJEIÇÃO. Com o passar dos dias fechei a gestalt a despeito da minha vontade incomensurável de ter MUITO DINHEIRO. Percebi que por detrás desta BUSCA DO TESOURO PERDIDO morava a dor do banimento da minha tataravó, a minha atitude infantil foi iluminada pela tomada de consciência. Percebi que eu agia inconscientemente em BUSCA DO TESOURO PERDIDO como forma de suprir a DOR DO BANIMENTO da minha tataravó, o que me trazia frustração, insatisfação, tristeza, UM SOFRIMENTO NA ALMA.

Verifiquei que a minha VERDADEIRA busca não é MATERIAL – TER MUITO DINHEIRO para me sentir ACEITA e sim uma busca ESPIRITUAL – PAZ INTERIOR; FAZER O BEM A MIM MESMA E FAZER O MESMO BEM A OUTREM, de forma SERENA.

Data: 13/11/2011
Local: Chapada dos Guimarães – MT
Terapeutas: Joana & Fausto

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